segunda-feira, 26 de julho de 2010

Passando a Régua - Ed. n. 847

Coluna publicada na edição nº 847 do Jornal Diário do Norte

"Saber votar não é só escolher um bom candidato, é saber escolher um bom candidato em um bom partido".

Antônio José Canhedo

'Bairrismo'
Num mundo globalizado, imaginar um município com ideias bairristas, do tipo: "nós temos que eleger um deputado da nossa cidade", seria, certamente, a contramão da história. Eu também gostaria de ver um uruaçuense na Assembleia Legislativa, como gostaria de ver um governador ou mesmo um presidente da República... Por quê? Pra quê? Vaidade! Dizer que minha cidade tem alguém importante no poder... Coisas assim... Na prática, o cara tem que ser competente, ter boa índole, ser honesto, etc., etc., etc.

Altos papos
Dia desses, ouvi de um empresário: "Uruaçu precisa ter um deputado [estadual]. Os políticos tinham que se unir e lançar apenas um candidato e o povo tinha que unir e votar em alguém de Uruaçu. (...) Pode ser um 'cachorro', mas de Uruaçu..." Chega! Pelo amor de Deus! Que coisa mais piegas, depressiva, doentia... Eu não voto... em 'cachorro', não voto olhando partido político, tão pouco visando, puramente, eleger alguém de Uruaçu! Para merecer meu voto, tem que ser honesto - em primeiro lugar -, e, no mínimo, competente. Votar em fulano porque tem mais chance ou porque tem apoio de beltrano, ou ainda, porque é da minha cidade... Tenha dó!

Coeficiente
Ah! Você sabe o que é coeficiente eleitoral? Se não sabe, é bom se informar. Senão você pode estar elegendo o cara errado sem saber. Resumidamente, trata-se do voto proporcional, em que a eleição de candidatos inexpressivos carregados por colegas campeões de votos no mesmo partido ou coligação, e a derrota de outros que, mesmo com votação expressiva, não se elegem por não alcançarem o coeficiente eleitoral.

Resumindo
Agora você entende como é que corruptos notórios estão sempre sendo reeleitos, se quase ninguém vota neles. É simples, eles têm a sua panelinha de sanguessugas que estão sempre pegando um carguinho aqui e acolá, e que votam sempre neles para poder garantir a mamata, isto garante que eles sejam os mais votados no partido. Então começam a recrutar alguns laranjinhas, dentre os quais nem sempre são gente ruim, mas na maioria desinformados, tais como líderes de comunidades, de favelas, professores, associações e outras pessoas populares, que por serem bem intencionadas, gozam de popularidade e credibilidade das pessoas ao seu redor. A maioria consegue angariar 200, 300, e até 1.000 votos, não mais que isso, mas serve para formar volume. Ensinam a eles a difundir a ideia: "Votem com o coração, em quem você acredita que merece, mesmo que você não acredite que ele possa ser eleito." E quanto a contestação de que aquele corrupto faz parte do mesmo partido, eles têm a resposta na ponta da língua: "Sempre terá uma maçã podre, mas eu estou entrando é para sanear isto." (Fonte: www.artigonal.com)

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Carlos Henrique Alves do Rêgo – Carzem, é sócio do Lions Clube de Uruaçu; Bel. em Ciências Contábeis pela UEG/Uruaçu; e, funcionário do Banco do Brasil, agência de Uruaçu

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