sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Como você está?

Ultimamente venho percebendo que as pessoas empobrecem a maneira de descrever seus sentimentos. Elas encontram palavras gerais e de mídia para dizer o que sentem. Ou respondem com um lacônico “Estou bem/ Estou mal”. Há uma falta de precisão em dizer como estamos nos sentido (assunto tratado no texto: Ansiedade estresse depressão). O que aconteceu com estou triste, desapontado, frustrado, com raiva, cansado, tenso, com medo, preocupado? Não há uma exatidão no descrever-se. E quando a gente pergunta o que significa estou mal a resposta é: Não sei! Mal oras! Deprimido, você não sabe?... E eu digo: E você. Sabe?

Observo uma falta de interesse em conhecer a si mesmo. Às pessoas que eu atendo procuro ensinar. Vamos então aprender a dizer com mais clareza o que isso quer dizer. Por exemplo, é verdade que a depressão vem se tornando uma doença comum, muita gente a desenvolve, mas depressão não é um sentimento, é uma doença e nem sempre que estamos profundamente tristes, decepcionados, frustrados, desanimados nós estamos “deprimidos”. Outro exemplo: o “ansioso” pode querer dizer “com pressa” para muita gente, desejoso de que algo aconteça rápido, ou significar medo, preocupação, insegurança com algo.

Estressado?! Pode estar indicando um cansaço extremo, tensão, estado de sobrecarga ou mesmo inabilidade para resolver algo que virou a expressão “tal coisa é um estresse” ou “não se estresse com isso!” Significando não se preocupe ou não fique tenso com algo. Ao usar essas palavras com freqüência, nós nos distanciamos do que realmente está acontecendo conosco, pegamos um atalho e deixamos de ver os detalhes importantes, inclusive, para desfazer o estado mental predominante. Daí também buscamos um atalho para resolver ansiedade depressão e estresse: Remédios, que podem até ajudar, mas não solucionam o problema e criam uma cortina de fumaça que nos deixa cegos em relação a nossa forma de reagir às solicitações da vida.

Na verdade não acho que a gente está tão doente assim. O que temos mesmo é falta de conhecimento de nosso mundo emocional. Acredito que se começarmos a ser mais precisos na descrição desse mundo interno, poderemos conduzir melhor nossas reações e estados emocionais e mentais.

Da próxima vez que alguém perguntar como você está gaste um pouco mais de tempo para responder, procure ser mais detalhista e específico na descrição, vai ver que com o tempo isso lhe dará bons resultados.

Namasté!

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